Quem é o artista?

Agorinha mesmo, assisti aos Stories de um amigo no Instagram e captei, felizmente, não apenas a sua mensagem pública. Por sorte – e talvez um pouco de sensibilidade – minha atenção e sentidos foram invadidos pela sua criatividade há tempos reinante em seu ser.

@Léo Cimi Mohammed performou sua posição política unindo fatos atuais e críticos a um som* de 23 anos atrás. Contrastou o compartilhamento do isolamento social consequente de uma pandemia à postura de um presidente da República aparentemente relapso quanto à seriedade da quarentena nacional.

Quem é o artista

Com a trecho “hoje eu acordei para sorrir e mostrar os dentes, hoje eu acordei para matar o presidente”, meu amigo letrou a ira de um povo ao acordar no dia seguinte a mais um pronunciamento oficial de um líder contraditório às recomendações de recolhimento coletivo.

Contextualização: OK.

E a pergunta que intitula o textão martela: Quem é o artista?

Para mim, é aquele capaz de relacionar significados radiando nova luz para velhos símbolos. Com um pré-requisito: ele é o canal desta transmutação semiótica e a vivencia inevitavelmente. Sempre acreditei que a arte extrapola os seus meios, ainda quando ousam defini-la. A invasão artística no homem é autorizada por mentes e corações sabiamente concebidos para recebê-la. E transportá-la. E ponto (nunca final).

O artista é aquele que realiza a sensibilidade de transformar o ordinário em extraordinário, que brinca com a magia do suposto banal, que torna sinônimos imagem e som, que atualiza e enriquece discursos. Tudo isso o Story concretizou: criticou, divertiu, posicionou, atualizou, irou e ironizou.

Faz arte quem se expressa, se coloca e se ressignifica. Naturalmente. No seu pensar divergente, converte mundos e imaginações. Cria novas (ir)realidades. O artista é o operário do Infinito.

Valeu, Léo!