No último dia 3 de abril, o primeiro-ministro da Austrália Ocidental, Mark McGowan, anunciou a emissão de uma autorização especial para que o coelho da Páscoa possa quebrar as regras de quarentena impostas por causa do coronavírus para fazer suas entregas.
O político havia recebido um e-mail de uma menina de 9 anos preocupada com a situação já que o coelhinho, até então, não poderia entrar no país. Então, ele providenciou o que chamou de uma “eggs-emption” e publicou um vídeo no qual apresentou o documento de autorização da circulação do coelho.
Este caso representa bem o poder do discurso de líderes governamentais. A atitude de McGowan não significa apenas uma resposta a uma cidadã. Enquanto autoridade executiva de um Estado, ao formalizar um ato de “resolução simbólica”, o gestor público reforçou a crença popular e lúdica do personagem e trouxe à tona novamente os valores culturais da data.
Uma atitude como esta perpassa o imaginário social e atualiza, em todos que conhecem a lenda, o poder da esperança e dos recomeços. Um primeiro-ministro não ocupa tal cargo prevendo tarefas como esta, mas efeitos como estes sim. Afinal, formar um povo com valores humanos universais é um poder político. Muito nobre por sinal.